sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Venezuela rejeita declarações dos EUA sobre “transição” no país

Governo venezuelano criticou a "nova e grosseira" ingerência norte-americana nos assuntos internos de Caracas


O governo da Venezuela rejeitou nesta quarta-feira (20/02) declaração feita pela porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Victoria Nuland, que afirmou ontem que Washington deseja ver “uma transição” caso o presidente Hugo Chávez não tenha condições de seguir governando o país. O líder venezuelano retornou na segunda-feira (18/02) à Caracas, após mais de dois meses de tratamento contra um câncer em Havana e desde então está internado em hospital da capital.

Em comunicado, o governo venezuelano disse que o comentário de Nuland “constitui uma nova e grosseira ingerência do governo de Washington nos assuntos internos da Venezuela”. Além disso, diz que está “em perfeita sintonia com o discurso da desestabilizadora e corrupta direita venezuelana, o que evidencia, uma vez mais, os laços de subordinação da burguesia local com os interesses do império.”

Nuland afirmou que, "caso o presidente Chávez fique permanentemente incapaz de servir [o país], o nosso entendimento é que a Constituição venezuelana exige que haja uma eleição para encontrar um novo presidente”. Ela também falou que, “obviamente, cabe aos venezuelanos decidirem como irá ocorrer essa transição. Houve eleições, mas não houve juramento do cargo".

Na segunda-feira, uma fonte diplomática norte-americana, citada pela Agência France Presse, disse que, "se [Chávez] não puder cumprir com os deveres do cargo, a Constituição venezuelana requer uma eleição para eleger o novo presidente".

Relações

Reeleito no dia 7 de outubro, Chávez não pôde tomar posse em 10 de janeiro como prevê a Constituição por estar hospitalizado em Havana após a quarta operação contra um câncer em dezembro. O Supremo Tribunal de Justiça aprovou que assumisse o mandato em uma data posterior. A decisão foi criticada pela oposição, que pleiteou a declaração de falta absoluta do presidente e a posterior convocação de novas eleições pelo presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello.

A Venezuela e os EUA mantêm relações diplomáticas tensas. Caracas sustenta que Washington teve participação direta no golpe de Estado contra Chávez em abril de 2002. Desde 2010 os países estão sem os seus respectivos embaixadores. Recentemente, mantiveram alguns contatos que visavam melhorar os laços.

FONTE: OperaMundi
* Com informações da AVN (Agência Venezuelana de Notícias)

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